sábado, 16 de junho de 2007





Sem título.
Ténica mista sobre papel
35cm X 26 cm
Acervo Credireal



Obra do Artista Marcos Coelho Benjamin (1952) - "Artista da Visita"



  • Benjamim nasceu em Nanuque, MG, nordeste de Minas Gerais. Grande artista mineiro foi muito reconhecido pela carga poética do seu humor.

  • Quando criança aprendeu a lidar com ferramentas e madeira com o pai e aos 17 anos, já em Belo Horizonte, como cartunista, inicia seus trabalhos com aquilo que era sua especialidade. A partir de então, Marcos Benjamim passa a colaborar cada vez mais com charges e ilustrações para diversos jornais e revistas.

  • O humor está presente em toda a sua trajetória. Entre 1972 e 1981, participa e é premiado em diversos salões de humor e histórias em quadrinhos, no Brasil e no exterior. Em um texto crítico, Roberto Pontual nos conta que a obra do artista, nesta época, é marcada pela constante do desenho. “(...) teve como mola propulsora um humor esfuziante e cáustico, tanto trombeta quanto metralhadora, investindo contra as armadilhas, as malandragens e as ridicularias do mundo de hoje, infestado de 'políticas'”.

  • Em 1976 faz os seus primeiros objetos escultóricos. Quando volta para Nanuque, passa o ano fazendo brinquedos para os filhos e reproduções de bichos com o uso de materiais recicláveis e orgânicos. Em 1979, participa de uma viagem ao Vale do Jequitinhonha em companhia de artistas, poetas, músicos, pintores e cineastas. Esta vivência acabaria inspirando muitos de seus trabalhos posteriormente.
    Nos anos 80, dedica-se a produzir objetos e instalações, além de trabalhar com ilustrações e cartões de humor. Aos 36 anos, monta um ateliê com os artistas Patrícia Leite, Humberto Guimarães e Isaura Pena e se propõe a fazer a cenografia de alguns espetáculos teatrais. Nesta época inicia a fase da construção dos seus objetos em grandes escalas e proporções.

  • A repetição de ritmos, de gestos gráficos e o gosto pela geometria caracterizam a sua produção. O artista serve-se de materiais usados e com superfícies ásperas e gastas, como velhas latas de óleo, madeira de restos de construção ou de demolição e cones de metal oxidados, freqüentemente enquadrados em caixas de madeira.

  • Segundo Agnaldo Farias, Marcos Benjamim "(...) estima particularmente o objeto gasto e abandonado. Aproveita-o e, ao fazê-lo, infunde-lhe vida novamente. Adiciona seu trabalho ao trabalho do artesão que um dia se ocupou em dar forma à matéria bruta com vistas a incorporá-la à ordem dos homens. Como os artesãos, Benjamim gosta do contato com durezas, com superfícies ásperas, com a qualidade discreta embora imensa que as texturas das coisas vai segredando às mãos. Ele sabe que a potência do olho esbarra na incapacidade de perceber que as coisas são moradas secretas que tanto podem abrigar o peso como a leveza, o calor como o frio; podem inspirar cuidado ou insinuar que atravessarão incólumes o fluxo do tempo”.

  • As obras de Marcos Benjamim parecem provocar no espectador a sensação de estar diante de um jogo. Madeira e metal como chapas e chapinhas recortadas, dobradas, justapostas ou apicoadas transformam-se em superfícies diversas, que seduzem o público. Como um fazedor de grandes e pequenas construções poéticas – que guardam “experiências da infância despreocupada” –, Benjamim parece ter o domínio da medida exata, demonstrando-se mestre de contenção minimalista.

  • Autodidata, passou a expor sua produção, em importantes mostras no Brasil e no exterior – XII Bienal Internacional de São Paulo, 1973; XX Bienal de São Paulo, 1989 (Grande Prêmio); XXI Bienal Internacional de São Paulo, 1991; Begegung mit den Anderen, Kassel, 1992; Bienal Brasil Século XX, São Paulo, 1994; Johannesburg Bienale, África do Sul, 1995; 1a Bienal do Mercosul, Porto Alegre, 1997 –, além de importantes exposições solo – Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de Janeiro, 1989; Pulitzer Art Gallery, Amsterdam, 1990; Katthleem Shields Gallery e Ambrósio Gallery, Coral Gables, 1994; Galeria Ruta Corrêa, Freiburg, 1997.

texto de Tales Bedeschi


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